quinta-feira, 3 de maio de 2012

Círculo de Cores IV, 2

Foi um tapa na cara, um soco no queixo, um chute na boca do estômago. Não sei como e nem porque, mas a gente sabia. A gente sabia direitinho o que estava acontecendo.

Com o namoro do Nick, ele passou a viver pela Achila. Na escola, eles faziam tudo juntos. Nem os trabalhos eu fazia por ele mais. Aquele ritual de anos e anos se quebrou, mas não precisei avisar que não garantiria a nota dele naquele bimestre. Ele já sabia.
Resolvi seguir, então. Duka, o garoto novo, passou a preencher minhas manhãs. Nunca falávamos sobre Milena nem Nicolas, era como se eu também fosse novo por ali. Só existíamos nós. Era muito diferente ter um amigo novo, pois tudo um no outro tinha aquele sabor de descoberta e isso me fascinava a cada dia em que Duka fazia parte da minha rotina, e ele ter um número absurdo de coisas em comum comigo só fez tudo ser melhor. E isso me bloqueou pensamentos sobre Milena e Nicolas.

Ele eu sabia que tinha à Achila (que por sinal não suportava Duka). Mas jamais prestei atenção ao que acontecia com Milena.
Não sei quem lhe fazia companhia, não sei com quem conversava ou se sequer continuava a mesma Mi, e nem percebi se ela tentou falar comigo. Creio que cheguei a passar semanas sem olhar para ela ou lembrar que ela existia. Sei que não a via em lugar algum.

E assim foram os meses. Três deles.

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