domingo, 22 de abril de 2012

Summer Interior, de Edward Hopper

A gente cresce e nem vê. As coisas dentro da gente mudam tão devagar.
Me perdi por ai. Perdi mesmo. Mas consegui achar o fio para tentar achar a solução.
Aprender sobre pessoas é interessante, observar torna a gente meio frio e neutro até pra analisar a gente mesmo. E a gente descobre que quer mais é ficar cada vez mais ali, só olhando.
Não leio mais revistas adolescentes. Aos poucos meus sites em "favoritos" mudaram. Minhas roupas, minha lista de músicas, meus amigos. Os seus também. E mais um monte de coisa.

Não leio livros mais para provar coisas sobre mim, nem para competir. Não me visto para chocar. Não me torturo, mas não me safo de mim mesma. Meu corpo ganhou outros significados, morte, meu quarto, poesia e caixas com cartas também, estrelas não são só estrelas, falar não é só falar, café tem outro gosto, banho também. E mais um monte de coisa.
Não me assusta mais perceber que ficar sozinha é mais do que um desejo.

Quero mais é não ter essa sensação de estar sob observação, medo, vergonha...
Quero mais é acordar sozinha.
Quero mais é o que Hopper quis dizer.
Quero mais é me desprender.
Quero mais é olhar pra fora, transformar pra dentro e aprender.
Quero mais é café igualzinho ao da minha mãe. Quero mais é banheira, incenso e quadros de Hopper.

Gosto dele a ponto de batizar meu blog assim e cansei de esconder, sabe-se lá por quê.
E mais um monte de coisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário